segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Metrô

31 de Agosto, sinto as ferrugens corroer meus ossos, meus olhos percorrem as paisagens pela distancia da janela do metrô, fico imaginando como estará o mundo exterior equanto chove, faz sol, ou simplesmente neva.
Esse mes, mes de cachorro louco, mes de muitas coisas que não conheço, e que certamente nao conhecerei todas ou quase todas. Os dias são de inverno, as vezes faz sol como é de costume em todas as épocas do ano.
Meu corpo dói, sinto uma necessidade enorme de gritar aqui no metrô, levantar do banco e beijar a moça bonita que está parada próximo a porta, pensando que poderei apaixonar-me por ela.
Percorro os olhos pelo rosto das pessoas e suas expressões: nenhuma me agrada. corro mais um pouquinho pra ver o que a pessoa ao lado está lendo, não me surpreende: auto-ajuda, aqui todas as pessoas leem isso, esquecem-se do que é literatura.
Minhas pernas balançam, posso ser capaz de demonstrar minha impaciencia a kilometros de distancia, não suporto esse monte de gente, nao suporto respirações alheia a minha, nao suporto seus perfumes, seus jeitos... na verdade, acho que a dor nos ossos me faz ...
'Próxima Estação...' Meu pensamento é interrompindo pela voz que indica a próxima estação e muita vezes não entendo. Próxima estação, a porta se abre, poucas pessoas saem, muitas entram, na minha frente pára uma senhora idosa, ela me olha como quem pede lugar, estou ausente pra ela, olho-a com indiferença, multiplico minha vontade de ingir que ela não existe, transpor as leis, sim,isso mesmo, transpor as leis, eu as conheço muito bem, não, não estou falando isso por vaidade ou qualquer coisa que seja, mas é real.
A mocinha ruiva que observo levanta-se, pelo visto deve ser para descer na próxima estação, a senhora que eu tanto desprezei sentou-se ao meu lado, uma jove querendo fazer papel de bondosa pra uma peça de teatro de comédia vulgar e humana concede á velha seu assento. Como imaginava: A velha fede, a ruiva sai na proxima estação, o metrô fica vazio, temos e somos no máximo 30 pessoas dentro do vagão(indice baixo), aqui temos: a velha fedida ao meu lado, uma jovem auto-ajudiana-leitora logo á frente, um pouco mais afastado do vagão um grupo de jovens estudantes de classe média(que eu também desprezo), um cara bem vestido e calvo com uma aliança de casado e o traje combinando, na outra ponta do vagão um grupo de migrantes nordestinos que provavelmente vieram pra essa terra do nunca 'melhorar de vida', se enganaram e agora vendem muambas contrabandeadas e criticam a policia e a prefeitura.
'Próxima Estação...'
Novamente a voz, minha estação, levanto-me, olho as figuras que não estão no metrô, olho para fora, ele diminui a velocidade, chegando...chegando...parou enfim! o sinal da porta(como sempre) uma multidão correndo para cima de mim, não me deixando sair, empurro-os, olho para os lados- mais uma multidão - não aguento mais esse monte de gente, nao aguento mais essa cidade...
Saio da estação, chuva! É incrivel como sempre chove quando se está desprevinido, não tenho saco para guarda-chuva, nem para sapatos novos, sim, eu compro tudo no brechó antes que me pergunte por que deu estar falando assim. Rodo mais 30 minutos a pé, molhando, chego em casa, abro a porta... surpresa, como sempre sozinho. recolho-me, o metrô me faz sentir sono. Durmo!
Acabou meu dia!!!

2 comentários:

  1. Transpor os sentimentos alheios ou os gritos internos é uma arte....

    Obrigada publicamentee.......

    ResponderExcluir
  2. Eu não sinto saudade dessa parte de São Paulo....correria, metrô, gente mau humorada, etc. Prefiro o dia em que sentamos e rimos de tantas icenas que flagramos...rs..bjo

    ResponderExcluir